quinta-feira, novembro 18, 2004

Voa em paz Anjo Soberano

A ti te dedico o número cinco meu anjo-da-guarda. Tu que me acompanhaste durante toda a minha infância e que agora partiste para um novo patamar. Tu que me educaste e me incentivaste às boas acções. Tu que demonstraste com grande soberania e elegância os bons valores da vida. Por ti choro meu anjo soberano. A ti dedico o número 5. Nunca te esquecerei meu guardião alado. Amo-te para sempre. Christopher Reeve (1952-2004)

sexta-feira, novembro 12, 2004

Sinfonia do Desespero

Do alto me vejo no cume da cidade. É de noite e oiço o tenebroso som das cornetas da loucura, repetida e desarmoniosamente. São os sons da perversa noite que nunca se recolhe para descansar. Daqui do alto, pauso o percurso da minha viagem, para avistar todas as passadas que já conquistei. Em tons de melancolia apercebo-me que a dura batalha ainda nem começou. Pobres e fracas as almas que se entregaram cobardemente às mãos da pérfida noite e agora gritam tentando impor-se. Saberão elas que esse grito será o seu grito de despedida? O caminho da loucura é o caminho da auto-destruição. Dia a dia, segundo a segundo, os desgraçados terão menos de si, implodindo-se progressivamente... De nada serve gritar quando o pior já está feito, não se contraria o mal através de tal falsa convicção. Apenas se assume tamanho desespero e é por isso que, com alguma tristeza, eu gasto alguns momentos neste priveligiado posto a ouvir a contorcida sinfonia...

quinta-feira, novembro 04, 2004

Indigestão

...E assim me lanço à estrada, no ritmo a que estou habituado. A cada passo que dou cimento mais uma pedra na minha ideia deste mundo. Chamam-me louco por ser diferente, martirizam-me uma vida inteira por cometer o pecado do sonho, e eu cá vou caminhando... ao meu ritmo, passo a passo... Como se o mundo que me envolve fosse um estômago ávido de digerir-me, jorrando-me ácidos em cima. São marcas duras que eu sinto, que ardem sem cessar, mas enquanto eu puder ver, olharei para o infinito, lá no País das Maravilhas (o meu eterno destino). Quantas vezes olhei e nada via pois estas paredes que me envolvem são baças demais, porém eu sei que destino me espera.
Sempre que um coice do organismo me atirar ao chão levantar-me-ei de seguida, escaparei por entre os abalos e subirei pelo esófago, contrariando o sentido da sua corrente até chegar a um ponto onde possa ver o futuro que me é destinado. As cicatrizes que me angustiam serão purificadas pelo águas sagradas do País das maravilhas. Louco ou apenas diferente, eu tenho um destino, que não passa por me tentar assemelhar a um ideal...