quinta-feira, novembro 04, 2004

Indigestão

...E assim me lanço à estrada, no ritmo a que estou habituado. A cada passo que dou cimento mais uma pedra na minha ideia deste mundo. Chamam-me louco por ser diferente, martirizam-me uma vida inteira por cometer o pecado do sonho, e eu cá vou caminhando... ao meu ritmo, passo a passo... Como se o mundo que me envolve fosse um estômago ávido de digerir-me, jorrando-me ácidos em cima. São marcas duras que eu sinto, que ardem sem cessar, mas enquanto eu puder ver, olharei para o infinito, lá no País das Maravilhas (o meu eterno destino). Quantas vezes olhei e nada via pois estas paredes que me envolvem são baças demais, porém eu sei que destino me espera.
Sempre que um coice do organismo me atirar ao chão levantar-me-ei de seguida, escaparei por entre os abalos e subirei pelo esófago, contrariando o sentido da sua corrente até chegar a um ponto onde possa ver o futuro que me é destinado. As cicatrizes que me angustiam serão purificadas pelo águas sagradas do País das maravilhas. Louco ou apenas diferente, eu tenho um destino, que não passa por me tentar assemelhar a um ideal...

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